sábado, 10 de setembro de 2016

Ainda considerado tabu, suicídio pode ser prevenido com tratamento aos primeiros sintomas

Após receber tratamento, Érica Toledo superou a depressão e nunca mais pensou em suicídio
Crédito: Arquivo Pessoal


Últimos dados do Ministério da Saúde mostram que, a cada 45 minutos, uma pessoa se mata no país. No entanto, estudos da Organização Mundial de Saúde indicam que 90% dos suicídios poderiam ser evitados, se essas pessoas tivessem mais acesso a tratamentos.

Por Athos Moura

Em 2010, durante uma depressão profunda, a professora mineira Érica Toledo, de 39 anos, chegou a planejar o suicídio duas vezes. O casamento dela havia acabado e seu pai foi diagnosticado com Alzheimer. Hoje, Érica consegue falar sobre seus problemas, mas só depois de ter buscado tratamento.

"Foi a primeira vez que eu falei sobre isso. Eu não tinha com quem falar. Suicídio é um tabu na sociedade. Você não tem a menor abertura pra dizer isso, como você vai falar isso com alguém? Foi a primeira vez que falei sobre isso e a pessoa me ouviu sem preconceito. Aquilo foi libertador, foi catártico, sublimei tudo que tinha de negativo das minhas experiências de vida. Era possível seguir adiante. Nunca mais pensei nisso. Claro que tenho momentos de tristeza, mas me libertei de muita coisa", contou a professora.

Falar sobre suicídio é um tabu que precisa ser quebrado. É o que defendem especialistas e pessoas que já cogitaram se matar. O dia dez de setembro é o dia mundial de prevenção ao suicídio e, baseado nele, foi criada a campanha Setembro Amarelo, para alertar para o problema. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Sistema de Informação de Mortalidade registrou 10.653 mortes por suicídio em 2014. É o mesmo que dizer que, a cada 45 minutos, uma pessoa se matou no país.

Mas esse dado podia ser menor. Um estudo da Organização Mundial de Saúde diz que, por ano, oitocentas mil pessoas se matam no mundo, mas 90% dessas vidas poderiam ser preservadas, caso recebessem tratamento adequado.

Ainda de acordo com a OMS, 36% dessas pessoas possuem problemas relacionados a transtornos afetivos, que são doenças como bipolaridade e depressão; 23% são dependentes químicos; e 10% possuem outros transtornos como ansiedade e esquizofrenia. O restante sofre de outras doenças.

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antonio Geraldo da Silva, explica que é preciso ficar atento aos sinais de que a pessoa não está bem e ressalta que o tratamento é essencial para prevenir o suicídio.

"A gente acha que o mais importante é fazer a intervenção precoce. Mostrar para essas pessoas que nós temos inúmeros casos de sucesso de bom tratamento que fez a pessoa perder para sempre a ideia de suicídio. Não se tem ideia de suicídio sem se ter uma doença psiquiátrica. Portanto, se a pessoa tem acesso ao tratamento, ela vai perder a ideia de suicídio e vai perder a possibilidade de cometer suicídio", disse o psiquiatra.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio, Robert Paris, é um dos organizadores do Simpósio Internacional de Valorização da Vida, que acontece sempre em setembro, no Brasil, mas atrai pessoas de todo o mundo. Ele explica que o objetivo do encontro é criar redes regionais ou nacionais de prevenção, para auxiliar pessoas que estejam pensando em se matar.

"O que acontece nesse simpósio é uma troca de ideia, uma abertura de horizonte, para que a gente ache os caminhos para a prevenção de suicídio. Cada um dá a sua contribuição. O maior objetivo são formações de redes nacionais ou regionais de ações que possam efetivamente aumentar o apoio de quem procura ou deixar mais informações e lugares disponíveis para que se procure ajuda", alegou Robert.

Para os pesquisadores que participam do simpósio, um exemplo de mobilização da sociedade civil para a prevenção do suicídio é o Centro de Valorização da Vida, que desde 1962 atende pessoas em situação vulnerável. A sede fica em São Paulo, mas há outros 72 espaços de atendimento gratuito espalhados pelo Brasil, com dois mil voluntários.

A empresária Patrícia Fanteza é voluntária no Rio de Janeiro há 16 anos. Segundo ela, muitas pessoas apenas precisam ser ouvidas.

"A gente percebe que em geral as pessoas querem ser ouvidas. Elas querem poder falar de verdade aquilo que estão sentido sem esse medo e receio. Ou então às vezes até mesmo, a gente percebe uma tendência, mesmo que sem querer, das pessoas minimizarem um pouco. E quando elas encontram um espaço neutro, em geral, é como se ela tirasse um peso, como se aliviasse essa pressão", contou a voluntária.

O Centro de Valorização da Vida faz atendimento por telefone e em redes sociais. No âmbito do governo federal, o Ministério da Saúde informou que existem 2.328 Centros de Atendimento Psicossocial pelo país, onde o paciente recebe atendimento próximo da família, assistência médica especializada e cuidado terapêutico.

Fonte: CBN

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Mulher adota 6 irmãs de uma vez só para que elas ficassem juntas


Mulher adota 6 irmãs de uma vez só para que elas ficassem juntas

A coisa mais triste para irmãos que passam pelo processo de adoção é saber que um dia eles podem ser separados. Afinal, não é todo mundo que tem condições financeiras e emocionais para adotar mais de uma criança.

Mas, nunca se pode perder a esperança quando existem pessoas como a norte-americana Lacey Dunkin.

Em 2011, ela adotou seis irmãs de uma vez só, incluindo uma recém-nascida, para que elas não fossem separadas e tivessem seus corações partidos pela distância umas das outras.

“Elas [filhas] me trazem muita alegria e caos, mas a vida seria tão vazia, sem graça e chata sem elas. É uma honra ser mãe, elas derretem meu coração”, explicou Lacey.

Fonte: Razões para acreditar

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

APROXIME-SE DOS SEUS FILHOS, NÃO SE DISTANCIE!

APROXIME-SE DOS SEUS FILHOS, NÃO SE DISTANCIE!
"A mente é maravilhosa"

Com o estilo de vida que levamos, cada vez nos encontramos mais ocupados e sem tempo para nos dedicar a nós mesmos e às pessoas que mais amamos. Nesse contexto encontram-se nossos filhos, os principais afetados que veem como seus pais vão se distanciando cada vez mais deles.

Quando pensamos em ter filhos, analisar se vamos poder fornecer a eles uma estabilidade econômica e encontrar uma resposta afirmativa é importante na hora de dar esse grande passo. Mas nos esquecemos de que antes da estabilidade econômica temos que analisar se podemos e estamos dispostos a compartilhar tempo de qualidade com eles. Podemos dar um quarto impressionante com muitos e muitos brinquedos, cheios de livros com ilustrações fantásticas, mas se não há com quem brincar ou quem leia para eles, não fará diferença.
Um filho dá um monte de alegrias mas também nos traz muitos desafios. Perguntas e mais perguntas, para as quais por vezes não temos resposta, mas que de alguma maneira temos que responder. Para isso temos que ouvi-los, conhecê-los e transmitir para eles nosso carinho, fazê-los entender que podem contar conosco. Isso pode se dar já com seus avós, com seus irmãos, seus tios, sua babá se houver. Mas o mais importante é o reconhecimento dos pais.

Ter filhos não nos torna pais automaticamente, assim como ter um piano não nos torna pianistas.

A síndrome dos pais ausentes nos filhos

Talvez pensemos que tudo o que falamos até então não seja tão grave assim, ou é isso que queremos acreditar. A verdade é que podemos estar provocando em nossos filhos uma síndrome chamada síndrome do pai ausente, em que ainda que o pai esteja presente, encontra-se inacessível emocionalmente.

Só nossa presença não basta para nossos filhos

Devemos estar ali para eles, falar, compreendê-los, compartilhar coisas, sonhar juntos. É muito importante ter isso em mente se não queremos que nossos filhos comecem a desenvolver condutas que não nos agradam, como essas a seguir:

Problemas para respeitar as regras ou a autoridade em todos os âmbitos.
Incapacidade para fazer um trabalho até o fim.
Indisciplina e falta de iniciativa.
Condutas abusivas com os companheiros.
Falta de sinceridade.
Ainda que não acreditemos, todos esses problemas que tentamos resolver por meio de gritos ou castigo têm uma só origem: nós mesmos. Estamos fazendo as coisas de uma forma muito ruim, e não nos damos conta. Não devemos ser pais ausentes, devemos ser pais presentes.

Não se mate trabalhando para dar tudo do bom e do melhor para o seu filho. Quando eles crescerem não se lembrarão dos presentes e dos brinquedos, mas sim dos momentos que passaram com você.


O desenvolvimento cerebral pode ser afetado


Os problemas anteriormente descritos já são graves e difíceis de resolver, mas você sabia que o desenvolvimento cerebral de nossos filhos pode ser gravemente afetado por nosso comportamento distante? Isso não é uma afirmação aleatória, é o resultado de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Sichuan.

Nesse estudo chegou-se à conclusão de que as crianças que passam muito tempo sem seus pais, sem manter um contato verdadeiro e próximo com eles, sem estabelecer um vínculo emocional, sem passar tempo juntos de verdade, manifestam um atraso no desenvolvimento cerebral.

O cérebro permanece imaturo. As áreas relacionadas com as emoções não se desenvolvem do jeito devido e, por isso, há uma resposta deficiente em relação a esses estímulos aos quais as crianças não foram expostas.

Mas podemos pensar que isso só tem a ver com as emoções, quando realmente tem a ver com muito mais. O estudo também descobriu que ter pais ausentes pode provocar graves problemas de aprendizagem, assim como um quociente intelectual muito menor.

“Dê a mão ao seu filho cada vez que tiver a oportunidade. Chegará ao momento em que nunca deixará de fazê-lo”
-H. Jackson Brown-

Em algumas ocasiões, não há nenhuma diferença entre um pai que passa tempo com seus filhos e aquele que quase nunca os vê. O importante é saber se aproximar deles, compartilhar coisas, falar e prestar atenção. O problema dos adultos é que consideramos que nossas preocupações são mais importantes quando, na realidade, não há nada mais importante que estar ali para nossos filhos.

Não são só os problemas que, como vimos, podem surgir da distância, mas também o valioso tempo que estamos perdendo e a irresponsabilidade que é não estar lá para ensinar aos nossos filhos como dar seus primeiros passos nesse mundo. Pensemos um momento em quando éramos pequenos, não precisávamos de pais presentes?

Fonte: O Segredo




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